ATA DA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 25-02-2010.

 


Aos vinte e cinco dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Ana Terra do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezesseis horas e trinta e três minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Dr. Raul, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. A seguir, em face de Questão de Ordem e manifestações do vereador Engenheiro Comassetto, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da Décima Primeira Sessão Ordinária, realizada no dia de hoje, tendo-se manifestado a respeito o vereador Valter Nagelstein. Também, o vereador Engenheiro Comassetto formulou Requerimento verbal, deferido pelo senhor Presidente, solicitando cópias do livro de inscrições para o período de Pauta e das notas taquigráficas referentes à Décima Primeira Sessão Ordinária. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 001/10, discutido pelos vereadores Reginaldo Pujol, Dr. Thiago Duarte, João Pancinha e Engenheiro Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, Bernardino Vendruscolo, Nilo Santos, Maria Celeste, esta pela oposição, Ervino Besson e Reginaldo Pujol. Na oportunidade, por solicitação do vereador Engenheiro Comassetto, foi realizada verificação de quórum, sendo constatada a existência do mesmo. Também, em face de Questão de Ordem e manifestações formuladas pelo vereador Engenheiro Comassetto, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da Décima Primeira Sessão Ordinária, tendo-se manifestado a respeito o vereador Reginaldo Pujol. Às dezessete horas e quarenta minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Nelcir Tessaro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Havendo quórum, estão abertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária para que corra Pauta o PLE nº 001/10.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 672/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 001/10, que autoriza o Poder Executivo a contratar operações de crédito até o limite de R$ 25.878.951,67 (vinte e cinco milhões, oitocentos e setenta e oito mil, novecentos e cinquenta e um reais e sessenta e sete centavos) com a Caixa econômica Federal (CEF) e dá outras providências.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Questão de Ordem): Se nós abrirmos uma Sessão Extraordinária sem encerrarmos a primeira Sessão ...

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Encerramos...

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Questão de Ordem): Não, senhor! Eu estou inscrito em Pauta e não fui chamado. Há um conjunto de colegas inscritos em Pauta para debater na 1ª Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O senhor poderá fazê-lo nesta Sessão agora...

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Questão de Ordem): Não, senhor. Nós temos um Regimento a ser cumprido; nós temos regras nesta Casa; não é uma questão minha, é uma questão nossa. Se há uma Pauta, no mínimo os inscritos têm de ser consultados.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Sessão foi encerrada, Ver. Comassetto.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Questão de Ordem): Pode ter sido encerrada, mas não foi encerrada conforme o nosso Regimento. Eu quero que o nosso Regimento seja aplicado. Existe uma Pauta, e V. Exª não chamou a Pauta, por favor! E eu estou inscrito em Pauta na 1ª Sessão, para debater, justamente, este Projeto nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Vereador, o seu Requerimento está feito, e nós vamos acolher o registro de V. Exª, e os Vereadores que se inscreveram... Eu insisto, Ver. Comassetto...

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se V. Exª não reconhecer, nós vamos entrar com uma ação judicial para anular esta 2ª Sessão. Eu quero, no mínimo, o reconhecimento de que houve um equívoco.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): V. Exª tem todo o direito de ingressar. O registro está feito, e V. Exª tem todo o direito de ingressar.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Então está bem. Então está bem...

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Este é o direito de todo Vereador que discordar de uma decisão da Mesa, enfrentar administrativa ou judicialmente.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, eu faço um Requerimento ...

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Foi acolhido o seu Requerimento, Vereador.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Para cumprir a Pauta da 1ª Sessão?

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não, a 1ª Sessão está encerrada. Já houve a chamada dos Srs. Vereadores para a 2ª Pauta. Estamos inscrevendo os Srs. Vereadores para a 2ª Pauta...

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Eu faço um Requerimento...

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Ver. Reginaldo Pujol está inscrito para discutir a 2ª Pauta.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Requerimento): Eu faço um Requerimento solicitando a cópia das inscrições da 1ª Sessão, bem como das notas taquigráficas.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Pois não, Vereador.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, eu gostaria de contribuir com o debate e tentar ajudar o raciocínio do Ver. Comassetto, se ele me permitir.

Há um mandamento no Direito Administrativo que diz que não há nulidade se não houver prejuízo. Inclusive, me perdoem, com toda a humildade, mas vou dizer que isto vem do direito francês: pas de nullité sans grief, se diz. Com a vênia dos colegas, mas eu não posso renunciar. Então quero dizer o seguinte: se V. Exª, Sr. Presidente, concedeu o tempo, se não há prejuízo como consagra o Direito Administrativo, se S. Exª o Vereador pode subir à tribuna e usar o tempo que ele reclamou que havia perdido antes e ocupar o tempo, não há por que alegar nulidade ou ameaçar a Mesa ou a Câmara com uma ação judicial, porque não tem sentido, não tem cabimento, porque não há prejuízo! O Vereador pode subir à tribuna a qualquer momento, recuperar o tempo e fazer a sua fala em Comunicações. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Ver. Valter, o assunto já está vencido. Existe um Vereador na tribuna, e eu não vou mais dar a palavra para Requerimento.

Vereador Pujol, V. Exª tem o tempo de até cinco minutos para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, na verdade, o que envolve essa circunstância é que as Lideranças combinaram que, na tarde de hoje, far-se-ia uma Sessão Extraordinária para que pudesse correr Pauta este Projeto que se encontra nas minhas mãos e que é o que nós chamamos de PAC Sanitário, do Sanitarismo, um projeto de apoio comunitário, de ação comunitária, financiamento para várias obras de drenagem, Ver. Oliboni, todas elas dentro dos programas de melhorias das condições sanitárias do Município. Vejam V. Exas que este Projeto envolve a drenagem da Av. Carlos Barbosa e adjacências, ali no bairro Azenha; da Rua Damasco, também na Azenha; da Praça Joaquim Leite, um reservatório de amortecimento de cheias, lá na Chácara das Pedras; a drenagem da Av. Carazinho, bairro Petrópolis; a drenagem da Rua Teixeira Mendes, no bairro Chácara das Pedras, e a drenagem da Rua Frei Germano, no bairro Partenon. Além das redes complementares, há os reservatórios de amortecimento de cheias na Praça Celso Luft, bairro Chácara das Pedras; drenagem na Rua Ângelo Crivelaro e adjacência, no bairro Jardim do Salso, e drenagem na Rua Olavo José de Souza, galerias e redes pluviais do bairro Belém Novo, Ver. Comassetto.

Evidentemente a relevância dessas obras e desse serviço, já por si só, autorizariam um pequeno equívoco de procedimento formal, mas o que é relevante ser dito, além, Vereador-Presidente, da importância dessas obras aqui elencadas e que justificam a convocação desta Sessão Extraordinária, é que, se algum equívoco anterior ocorreu, isso teria de ser levantado na hora, e não depois de ter sido declarado o encerramento da Sessão, ter sido feita a chamada e haver o ingresso na outra Sessão. Calou-se na hora, e isso foi convalidado pelos fatos posteriores. E como disse bem a Liderança do Governo, para discussão não há prejuízo, tanto não há prejuízo que eu estou aqui falando na matéria e concitando aqueles que querem se manifestar a fazê-lo num direito legítimo que têm.

Por isso, Presidente, eu fiquei aqui toda a tarde; fui o primeiro a chegar aqui, porque a principal tarefa que eu acho que nós tínhamos, no dia de hoje, era fazer, Ver. Pancinha, esta Sessão Extraordinária na Casa para que ocorresse a segunda discussão de Pauta desse Projeto. Este é um Projeto relevante, e V. Exª tem se empenhado fortemente por ele, porque o executor desse Projeto será o Departamento de Esgotos Pluviais, do qual V. Exª foi, até pouco tempo, um dos dirigentes. Todos nós temos dito que este é um aspecto positivo do Governo Fogaça, e eu tenho cumprimentado o Prefeito por ter a coragem de colocar tantos recursos no subsolo, de não inaugurar obras em excesso, porque os canos ficam escondidos... Eu vejo aqui, por exemplo, que uma das obras elencadas é na Teixeira Mendes, lugar onde até morte já ocorreu, porque, sabidamente, as inundações que ali ocorrem são muito fortes. Aliás, meu caro Vice-Presidente da Casa, Ver. Manfro, eu vejo um fato importante na cidade de Porto Alegre nos dias atuais: o Brasil todo tem registrado as mais duras inundações, mas, felizmente, nós podemos festejar, aqui em Porto Alegre, o fato de que, além de alguns desconfortos nas enxurradas maiores, equacionadas em duas ou três horas, Porto Alegre não tem tido essas mazelas nos seus últimos dias, e isso se deve, fundamentalmente, a este gesto de coragem da Administração Municipal de investir no esgoto pluvial, Ver. Braz.

Então, Sr. Presidente, eu quero cumprimentá-lo e dizer que eu estou ao seu lado para, se necessário for, confirmar a circunstância de que a reclamação que foi, em Questão de Ordem, encaminhada para V. Exª diz respeito ao fato de outra reunião, de outra Sessão já encerrada, e “águas passadas não movem moinho”. As águas de que nós estamos tratando são aquelas que nós queremos ver drenadas, aqui, num esforço especial da Administração, razão pela qual temos pressa para o encaminhamento deste Projeto, para que possamos, o mais breve possível, votá-lo aqui nesta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Nelcir Tessaro, quero, primeiramente, me colocar também à sua disposição e observar o que foi dito, inclusive, pelo Ver. Valter no sentido de que não houve prejuízo. Quero me colocar à sua disposição e ressaltar que realmente não houve prejuízo à fala dos Vereadores nesta Sessão. Nesta, porque é claro, o telespectador que nos ouve e nos vê pela TVCâmara pode observar que existem Vereadores que vêm a esta tribuna quatro ou cinco vezes por Sessão, por força regimental. E os Suplentes, aqueles que têm menos espaço, acabam tendo dificuldade de acessar esta tribuna. Isso os telespectadores veem.

Então, Vereador-Presidente, eu quero ressaltar isso e dizer que não houve prejuízo. Não houve prejuízo. Inclusive o Ver. Comassetto costuma frequentar muito esta tribuna e, inclusive falou, logo em seguida, antes, e isso pode ser observado pelo público que nos ouve.

Com relação aos projetos, eu quero retornar à questão do Projeto que foi colocado em Pauta, que é de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo e minha, com relação à preocupação que temos - e certamente é do conjunto dos Vereadores e da Cidade - com a questão das DSTs e Aids, fato esse que, inclusive, ensejou uma Frente Parlamentar muito bem conduzida pela Verª Sofia Cavedon. Só faço um reparo, aqui, na minha ótica, na fala da Vereadora, acho que a Técnica Miriam Weber, da Secretaria da Saúde, faz um excelente trabalho, e, se, porventura, temos dificuldade no planejamento, isso não se deve a essa Técnica; talvez se deva à condução, inclusive, da Coordenação do Planejamento, mas, sem dúvida nenhuma, não se deve à Técnica Miriam Weber, que faz um excelente trabalho dentro das possibilidades de que dispõe.

Quero ressaltar, também, que, muitas vezes, a gente vê a dificuldade na prevenção das DSTs e da Aids pela falta do preservativo na Unidade de Saúde. A falta é clara; ocorre com frequência. Temos, sim, que apurar quem é que faz com que essa falta ocorra; a falta do anticoncepcional e do anticoncepcional injetável nas Unidades, que é frequente e ocorre. Como é que vai se fazer planejamento familiar sem anticoncepcional? Temos, sim, nesta Casa, que apurar de quem é essa responsabilidade. Será que é só do Município? Será que não existe um programa federal que componha a questão do preservativo e do anticoncepcional oral? Essa é a grande pergunta que tem que ser feita!

Com relação ao outro Projeto que eu quero aqui mencionar, que é o Projeto que veio do Executivo sobre a mudança no Estatuto Municipal, permitindo que ele contrate os profissionais da Saúde, principalmente, de forma celetista, eu quero colocar três questões que eu julgo importantes. A primeira é reafirmar, peremptoriamente, que o problema da Saúde de Porto Alegre não é em função dos profissionais da Saúde e, especificamente, dos médicos. Não é! Eles são a solução do problema. Nós não podemos usar os profissionais da Saúde como bodes expiatórios para responder pelo problema! A segunda situação que eu queria mencionar aqui e deixar bem claro é o que diz o art. 37 da Constituição Federal (Lê.): “A Administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...” E, no que fala da contratação dos servidores (Lê.) art. 37, inc. II: “A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei...” Isso quer dizer que, independentemente do processo de trabalho desses servidores serem celetistas ou estatutários, eles serão admitidos no Município por concurso público. Então, não se tente fazer um redemoinho de palavras e dizer: “Olhem, se vai ser celetista, não vai ser concursado.” Isso não é verdade! No emprego público, que é a situação dos celetistas, eles devem, pela Constituição, ser contratados através de concurso público.

E a outra situação é que, se a Administração Direta, Indireta ou Autarquia poderia contratar, na área da Saúde, diretamente os profissionais como celetistas - que tem sido uma grande discussão em termos jurídico-administrativos, inclusive no Supremo -, nós acreditamos que é importante que se aprove essa Lei; senão, ela vai acabar trancando todo o esforço que se fez na construção do departamento de PSF. E, se não for possível contratar como celetista o médico e o enfermeiro, então vamos ter que pensar em outra forma de contratação para o Hospital de Clínicas, para o Grupo Hospitalar Conceição, porque, em todos eles, esses profissionais são contratados como celetistas, e não deixam de ser da Administração Indireta. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores; senhores e senhoras, esta Casa Legislativa tem construído, ao longo da sua história, uma postura de política afirmativa dos Legislativos brasileiros como uma casa-referência quanto à elaboração das suas regras, ao cumprimento das suas regras, aos debates políticos, às posturas progressistas de enfrentamento dos temas locais e nacionais, tanto que Porto Alegre foi pioneira na abolição da escravatura; tanto que Porto Alegre foi pioneira na democracia participativa e em tantos outros temas.

Agora, esta Casa tem, construído e corrigido por todos nós, documentos que se chamam Regimento Interno e Lei Orgânica de funcionamento. E o seu art. 148 é muito claro quando se refere às Sessões Ordinárias.

No ano passado, fizemos uma concertação no Regimento Interno no que se refere às Sessões Ordinárias de segunda-feira, que têm um rito, e o item III do art. 148 trata das quintas-feiras, que iniciam com a verificação de quórum, com a distribuição do ementário do Expediente, com a distribuição e votação da Ata e abertura de proposições apresentadas à Mesa; Tribuna Popular, quando houver; Comunicações; Grande Expediente e Pauta. Para a Pauta ordinária é esboçado, aqui na Mesa, o livro de inscrições para que qualquer um de nós que aqui chega possa identificar os projetos, ver a sua relevância e fazermos os debates necessários para os projetos que estão entrando aqui nesta Casa.

No período de Pauta de hoje, quinta-feira, se inscreveram na Pauta o Ver. Reginaldo Pujol, o Ver. Comassetto, que aqui vos fala; o Ver. Dr. Thiago, o Ver. Luciano e o Ver. Pancinha. Essa Pauta não correu, não foram chamados seus membros para discutir e não foi acordado com os mesmos que houvesse a desistência da Pauta para que corresse a 2ª Sessão de Pauta.

Quero dizer, Sr. Presidente, com a franqueza que sempre tive com o senhor e com o nosso Partido, que não é uma questão de disputa de espaço e muito menos de ter contrariedade no que se refere a correr a 2ª Sessão de Pauta, é a questão de termos clareza nas nossas comunicações, nos acordos estabelecidos e mesmo na possibilidade de usar aquele microfone para pedir uma Questão de Ordem, como fizemos na perfeita intenção de validarmos uma Sessão na sua integralidade. Portanto, eu quero dizer a todos os Vereadores que, em nome do meu Partido, fiz esta Questão de Ordem e fui rechaçado quanto à análise simplesmente de um Regimento.

Não estou discutindo o conteúdo que estamos elaborando em debate, mas, se abrirmos mão hoje de um pequeno detalhe do Regimento, abrirmos mão amanhã de outro pequeno detalhe, daqui a pouco não precisamos mais de Regimento, e esta Casa não terá mais as regras básicas e mínimas para o nosso bom relacionamento.

Quero reafirmar aqui, Sr. Presidente, que a intervenção pela Questão de Ordem em nome da nossa Bancada e do nosso Partido não foi um desagravo à V. Exª, como Presidente desta Casa, não foi um desacordo com os nossos colegas para cumprirmos a 2ª Pauta. Agora, nesse fato, não precisamos do direito francês, romano ou inglês; eu tenho razão em fazer esta contestação, e quero aqui dizer que, se os colegas Vereadores e o Sr. Presidente puderem analisar esse fato, e reconhecermos isso, conversa encerrada. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; demais Vereadores, não vamos incendiar, pois já está quase pegando fogo. Vamos tentar amenizar a situação.

O Ver. Comassetto não deixa de ter razão quando expõe todo o regramento do Regimento, e não podemos, evidentemente, dizer que ele está equivocado, que está errado, mas eu venho a esta tribuna dizer que também é praxe desta Casa, é também regrada esta condição de as Lideranças se reunirem semanalmente e acertarem a Ordem do Dia, combinarem, e este procedimento adotado pelo nosso Presidente foi acertado em reunião de Lideranças, onde o Ver. Comassetto estava representado pelo seu colega, Ver. Mauro Pinheiro, que deve estar em representação externa. Desconhecendo essa condição, o Vereador também coloca dessa forma. Só para tentarmos recuperar, pois, senão, dá a impressão de que o Presidente desta Casa está tomando decisões única e exclusivamente da sua cabeça. Não, pelo contrário, essa condição nós acertamos na última reunião de Lideranças, e quero fazer um apelo ao Ver. Comassetto, pois, na verdade, os projetos desta Casa correm em duas Sessões de Pauta, e o que ele alega é que não pôde falar na 1ª Sessão de Pauta, mas, minutos depois, ele teve condições de falar na 2ª Sessão de Pauta. Então não me parece que teve prejuízo, apenas aquele desconforto de não ficar claro o que acertamos em reunião de Lideranças. Por favor, acho que vale a pena também a gente tocar os trabalhos e entender essa angústia do Ver. Comassetto, mas não podemos dizer que esta Casa, esta Presidência, está tomando decisões a seu modo, sem ouvir as Lideranças, que são quem representam os demais Vereadores nas reuniões ordinárias da Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, o qual conduz muito bem esta Casa; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; senhores e senhoras que nos acompanham, na realidade, Ver. Comassetto, eu não posso deixar de me manifestar, até porque o senhor citou que esta Casa é referência em tantas coisas, inclusive na postura dos seus Vereadores também, e a sua postura não foi a mais adequada; lamento lhe dizer isso, porque o senhor aguardou o encerramento da Sessão, o senhor aguardou o início da chamada para uma nova Sessão para, depois de tudo isso, então, se manifestar. O senhor poderia muito bem, antes da chamada, quando o Presidente anunciou o encerramento, ter-se levantado e ter dito que estava inscrito e que queria fazer o uso da palavra na tribuna. O senhor não se manifestou; o senhor aguardou, e é claro que isso cria um clima de constrangimento. Quero apenas fazer essa observação para que não pareça que houve uma injustiça - para quem não acompanhou. Não houve uma injustiça. Quantas vezes, nesta Casa, quando vai encerrar e passa alguma coisa, alguém grita: “Opa, mas falta tal coisa!” O senhor poderia ter se manifestado também: “Opa, estou inscrito para falar!”

A Verª Maria Celeste, hoje, fez o uso desta tribuna para se manifestar em relação a um discurso do Ver. Tarciso, que, aliás, está saindo “melhor do que encomenda” o Ver. Tarciso, um Vereador atuante que se preocupa com os problemas da Cidade. Eu gostaria apenas de fazer uma observação, Verª Maria Celeste, a perseguição não é apenas para as mulheres negras, mas também as mulheres brancas sofrem muito, assim como muitos negros também cometem crime de discriminação sobre muitos brancos. Esse é um mal que tem na humanidade. Só que eu gostaria de ressaltar que muitos desses problemas ocorrem exatamente pelas opções feitas por muitas mulheres, pela maioria das mulheres. Muitas mulheres terminam fazendo a opção errada quanto à escolha do seu próprio parceiro; muitas mulheres às vezes optam em morar com um parceiro que tem um histórico comprometedor, e isso a gente vê nas vilas, a gente vê muito disso nas vilas. Não são todas as mulheres que sabem que estão “entrando numa fria”, mas muitas mulheres sabem que estão “entrando numa fria” e deixam o coração falar mais alto do que a razão, e expõem as suas filhas, expõem os seus filhos. Muitas dessas mulheres - a Verª Maria Celeste atua muito nas vilas e sabe que o que estou falando é a realidade - optam, mesmo sabendo que o homem é um traficante, mas optam por morar com esse homem. É claro que, nesse momento, elas expõem o seu filho, expõem a sua filha, expõem a sua família, Ver. Tarciso. As mulheres - e isso não é nenhum tipo de crítica, até porque isso é algo que acontece nas comunidades mais pobres, principalmente, o tempo todo, não nas mais pobres, mas em todas as camadas sociais, mas as camadas mais pobres são mais vulneráveis a isso. Talvez possa ser nas mais ricas, não tem problema...

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, me chamar de coitado, eu acho que é uma falta de educação. Eu acho que a assessoria não tem que se manifestar neste momento; pode se manifestar no corredor ou onde quiser.

Muitas dessas mulheres terminam fazendo opções erradas; muitas delas, Verª Maria Celeste, optam escolher alguém na comunidade que talvez tenha uma vida desregrada, mas que vá poder lhe oferecer uma vida um pouco melhor, e terminam levando para dentro da sua casa, esquecendo que têm filhas e filhos ali. E isso termina virando uma corrente, é uma cadeia, porque as filhas, daqui a pouco, já se envolvem com outro, exatamente pelo envolvimento da mãe, caindo na mesma situação.

Então, muitos desses casos, senhoras e senhores, de agressão dentro de casa, é exatamente pela opção errada que a mãe faz quando da escolha do seu parceiro. Há aquelas que se valorizam, mas há algumas que deveriam se valorizar um pouco mais e valorizar mais os seus filhos e escolher melhor as pessoas que estarão colocando para dentro das suas casas, porque estarão comprometendo, talvez, o futuro não apenas dela, mas o futuro dos seus próprios filhos e das suas próprias filhas. Obrigado, senhoras e senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Srs. Vereadores, quero explicar aqui, fui auxiliado pelo Vereador, 1º Secretário da Mesa, que, entendo a situação posta por V. Exª, não lhe tiro a razão, estava presente na reunião de Mesa e Lideranças, quando foi feito o acordo, o Ver. Mauro Pinheiro e que não era do seu conhecimento. Então, entendo as suas razões, e quero lhe dizer que esta Mesa, esta Presidência jamais toma uma decisão deliberação própria; todas as decisões que nós aqui tomamos são por decisão da Mesa e Lideranças. Nós sempre costumamos cumprir acordos da Mesa; por isso, essa decisão.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, solicito verificação de quórum com chamada nominal.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Pois não, procederemos à chamada. Solicito ao 1º Secretário, Ver. Bernardino Vendruscolo, que proceda à chamada nominal para verificação de quórum.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Bernardino Vendruscolo): (Procede à chamada nominal.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Quinze Vereadores presentes. Há quórum.

O Ver. João Pancinha está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; público que nos assiste pelo Canal 16; pela Rádio Web, venho discutir, em 2ª Sessão de Pauta, o PLE nº 001/10, que autoriza o Executivo Municipal a contrair operação de crédito até o limite de cerca de 25 milhões de reais, com contrapartida de 5%, por parte de Município, que sairá já contingenciado do valor do Orçamento do DEP.

Eu quero, como bem disse o Ver. Reginaldo Pujol, antes dessa pequena salada que houve aqui - que, inclusive, eu quero lamentar -, salientar a importância das obras de drenagem na cidade de Porto Alegre. É inegável que, nos últimos anos, Porto Alegre cresceu consideravelmente na questão de drenagem urbana, iniciando pelo Conduto Forçado Álvaro Chaves, passando por diversas obras que foram executadas nesses últimos cinco anos, e aqui cabe também salientar que esse dinheiro é proveniente do Governo Federal, através do PAC Saneamento.

Solicitei que o Projeto corresse duas Sessões de Pauta, o que foi acordado, Ver. Comassetto, na reunião de Lideranças da última quarta-feira, porque existe um prazo a ser cumprido, e ele está se encerrando. Então, houve a condescendência dos Líderes das Bancadas aqui da Casa no sentido de concordar que corrêssemos duas pautas para que, segunda-feira, pudéssemos entrar na Reunião Conjunta das Comissões e votar na quarta-feira.

Mas eu volto à importância do Projeto. Ele vai beneficiar em torno de 800 mil pessoas, porque ele vai atender a diversos bairros da cidade de Porto Alegre, como, por exemplo, os bairros Azenha, Chácara das Pedras - inclusive com um reservatório de amortecimento há muito tempo esperado, que é a solução de drenagem necessária, recorrente no mundo inteiro, e Porto Alegre está entrando nessa questão de bacias de amortecimento -, Petrópolis, Partenon, Jardim do Salso e Belém Novo. Então, teremos dez obras de drenagem que serão executadas com recursos do Governo Federal e contrapartida da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Então, eu quero encaminhar a discussão para que pensemos bem e aprovemos este Projeto, que é extremamente importante para a cidade de Porto Alegre. São dez obras em mais de seis bairros diferentes da Capital que beneficiarão mais de 800 mil pessoas.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pancinha, concordo com o seu pronunciamento, V. Exª, que é um grande conhecedor dessa área, porque, como Engenheiro, trabalhou no DEP. Nós sabemos que o DEP, com pouco recurso, está fazendo um extraordinário trabalho na cidade de Porto Alegre. Portanto, nada mais justo do que nós, os 36 Vereadores e Vereadoras, votemos, até com urgência, este Projeto, que será de grande benefício para a nossa Cidade. Muito obrigado, Vereador.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Muito obrigado, Ver. Ervino. Concluindo, Sr. Presidente, eu considero extremamente importante este Projeto, que vai dar continuidade às obras de drenagem que Porto Alegre vem recebendo ao longo dos últimos anos e que realmente está colocando Porto Alegre como referência dentre as capitais brasileiras na questão da drenagem urbana. Inclusive, assistimos, recentemente, ao que aconteceu em diversas capitais, em diversas cidades com esses problemas de chuvas e inundações, e, em Porto Alegre, isso passou praticamente despercebido, porque existe um trabalho de recuperação das redes, existem obras novas, e essas dez obras que estão elencadas nesse Projeto são pontos cruciais para Porto Alegre, que precisam sofrer intervenção, e precisamos aproveitar o PAC Saneamento para que, então, possamos dar continuidade a este trabalho que vem sendo desenvolvido por Porto Alegre na questão de drenagem urbana. Muito obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, agradeço o Líder da minha Bancada por me dar a oportunidade de falar em Liderança de oposição neste momento, porque eu preciso fazer dois registros aqui.

O primeiro deles, com todo o respeito que eu tenho ao Ver. Nilo Santos, que é um Vereador jovem, Líder da Bancada do PTB, que tem feito um trabalho exemplar nesta Casa, é responder a duas questões que, para mim, foram um equívoco na sua fala. A primeira delas questionando a postura do nosso Líder, Ver. Comassetto, quando ele faz a sua manifestação num momento “inoportuno”, segundo as palavras do Ver. Nilo. Quero aqui reiterar que, regimentalmente, o Ver. Comassetto fez a manifestação na hora oportuna, porque, ao terminar a Sessão, não há nenhuma possibilidade de qualquer registro de qualquer Vereador da Casa. Encerrou a Sessão, está encerrada. O Presidente precisa abrir a nova Sessão e retomar os trabalhos, segundo o relato que os Vereadores me deram, e assim o Ver. Comassetto fez a sua manifestação, a sua consideração. Então, quero aqui reiterar e colocar para o Ver. Nilo que foi muito forte a sua questão e a sua colocação, até porque o Ver. Comassetto estava correto do ponto de vista regimental na sua argumentação e na sua colocação no momento oportuno.

E o segundo registro que eu gostaria também de fazer em relação à fala do Ver. Nilo é do equívoco de concepção da luta das mulheres e de gênero na nossa sociedade atual. Ver. Nilo, que tem um trabalho respeitável nas comunidades, eu quero dizer que as mulheres fazem a sua opção de vida conforme o seu coração, conforme a sua emoção e também conforme a sua razão, e ninguém tem escrito na cara, na testa, a sua forma de se relacionar através da violência. E mais, o problema da violência contra as mulheres transcende qualquer classe social. Nós temos visto exemplos de mulheres advogadas que são assassinadas pelos seus maridos, de mulheres jornalistas queimadas por seus companheiros. Nós temos exemplos no Brasil e aqui, na nossa Cidade, de cárcere privado de mulheres de todas as classes sociais, especialmente da classe média alta, que não conseguem romper o silêncio da violência doméstica por constrangimento, por sentir na própria pele o temor do olhar de uma sociedade conservadora e burguesa, especialmente da burguesia, quando ela rompe o silêncio e denuncia o seu companheiro, o seu marido que tem um bom cargo social, por exemplo, na nossa sociedade.

A violência contra as mulheres e contra as crianças transcende qualquer classe social, e muitas vezes as mulheres da periferia têm a coragem que outras mulheres ainda não conseguiram ter, mas que terão, para denunciar o seu opressor, o seu companheiro perante a sociedade, seja ele de que classe social for. Portanto é um equívoco dizer que as mulheres sabem o que esperam e que optam erradamente por um companheiro da sua vila ou das suas relações. A questão da violência contra a mulher transcende qualquer classe social, e nós precisamos ter a coragem e a vontade de ter homens e mulheres, no dia a dia, combatendo essa violência em qualquer instância. Então, eu falo aqui principalmente para os Vereadores e Vereadoras desta Casa, que são homens e mulheres valorosos na cidade de Porto Alegre e que fazem do seu mandato, com certeza, um combate rotineiro, cotidiano na questão da violência contra a mulher.

Eu queria, Sr. Presidente, com a sua tolerância e com a tolerância dos meus colegas Vereadores e Vereadoras, agradecer a oportunidade de fazer esses dois registros, especialmente sobre o combate, o enfrentamento à violência às mulheres na cidade de Porto Alegre, em qualquer classe social. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Verª Maria Celeste e Ver. Engenheiro Comassetto, quero dizer, também, que esta Presidência jamais considerou inoportuna a sua intervenção. Esta Presidência procedeu tendo em vista o acordo firmado na data de ontem, e desconhecia que o senhor não era sabedor. Então, de minha parte, eu quero lhe dizer que não houve nenhuma intolerância desta Presidência.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, ouvindo suas palavras e sempre na intenção do diálogo, preciso aqui - uma única questão mais - que o senhor reconheça que eu estava inscrito na 1ª Sessão e que, individualmente, não foram consultados os inscritos. Então, independentemente do acordo estabelecido, quando isso se estabelece, tem que se estabelecer um diálogo com os colegas Vereadores que, regimentalmente, estabeleceram essa questão. Portanto, eu estava inscrito na 1ª Sessão, não estava inscrito na 2ª Sessão, porque já estava completa, e eu fiquei prejudicado nesse debate. Então eu quero que o senhor reconheça isso, e nós zeramos a questão.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): É que, talvez, Vereador, o senhor não tenha ouvido naquele momento; eu disse que os inscritos da 1ª Sessão passariam todos para a 2ª Sessão, inclusive Vossa Excelência. Talvez, naquele momento de exaltação, o senhor não tenha percebido quando eu disse que todos os inscritos da 1ª Sessão permaneceriam inscritos para a 2ª Sessão. Acredito que está bem esclarecida a situação, podendo continuar dialogando para que fiquem harmônicas as nossas Sessões com todos os Vereadores.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Questão de Ordem): V. Exª sabe que eu sou detalhista, a sua fala pode estar correta, mas V. Exª chamou todos inscritos da 2ª Sessão e não chamou a mim. Se automaticamente os da 1ª Sessão estariam inscritos na 2ª Sessão, eu era o segundo inscrito na 2ª Sessão e não fui chamado. Por favor, eu quero abrir aqui a transparência das informações, não gostaria que fosse necessário levar à diante, basta V. Exª reconhecer que havia uma lista de inscritos na 1ª Sessão que não foram chamados na 2ª Sessão e, para mim, está resolvido.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Com certeza, como não encerrou a Sessão, convido-lhe a ocupar a tribuna.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Não subirei à tribuna porque é antirregimental, já que os cinco já falaram na Pauta.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não, falaram quatro, V. Exª é o quinto. Os quatro inscritos na 1ª Sessão já falaram; estamos aguardando apenas pelo senhor.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Presidente, precisava um trabalhista vir aqui e dizer, como diria Getúlio Vargas: todos têm razão, vamos nos entender.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Vereador, insisto, o senhor não quer fazer uso da palavra? (Pausa.)

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente e colegas Vereadores, Ver. Reginaldo Pujol, o senhor foi meu parceiro na reunião de Mesa e Lideranças numa das primeiras reuniões, quando nós, como representantes da oposição e da Bancada do Partido dos Trabalhadores, pedimos e aprovamos que o Presidente desta Casa fizesse um diálogo com o Exmo Sr. Prefeito Municipal, para que ele escalonasse os Projetos de importância e que deixasse de mandar Projetos no afogadilho, ou melhor, que deixasse e que atendesse ao cumprimento das agendas oficiais dos editais, que elaborasse os Projetos em tempo hábil, para que a Cidade e principalmente este Legislativo pudesse dialogar com tranquilidade, debater e fazer as suas devidas correções e ajustes nos Projetos. E este Projeto veio, novamente, de afogadilho a esta Casa, com pedido de Regime de Urgência, para o qual a minha Bancada deu acordo para que corresse duas Pautas hoje. A minha Bancada não deu acordo para suprimir a fala dos colegas Vereadores das duas Pautas. É diferente uma coisa da outra. E, como eu já disse antes, esse é um Projeto, nada mais, nada menos, para buscar um financiamento de mais 25 milhões do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento - da gestão e Projeto do Governo Federal, dirigido pelo Presidente Lula, que remete ao saneamento básico de todas as cidades.

Eu faço parte do Conselho das Cidades, e há dois anos esse tema foi apresentado aos Municípios, há dois anos que o Ministério das Cidades dilata os prazos para que os Municípios apresentem os seus Projetos, e o Município de Porto Alegre é um dos últimos que apresenta essa pauta para o PAC. Diga-se mais: agora, no dia 26 de setembro, será lançado o PAC 2, e a busca desses recursos ainda é do PAC 1, Programa de Saneamento PAC 1, que teve habitação, mobilidade urbana. E, diga-se de passagem, na mobilidade urbana, Ver. João Pancinha, V. Exª, que é Líder do PMDB, nós fizemos um acordo com o Secretário Clóvis Magalhães em novembro de 2008, para mandar o projeto de duplicação da Rua Vicente Monteggia. Esse Projeto não chegou até hoje em Brasília, não entrou no PAC 2.

Portanto, quando nós, aqui, buscamos os espaços constituídos regimentalmente é para dialogarmos sobre os projetos, é para corrigirmos os rumos, é para termos previamente os registros das precauções que identificamos que cada um tem que ter.

Ainda hoje, nesta Casa, eu anunciei que, exatamente há uma semana, na quinta-feira passada, a nossa Bancada estava numa reunião com a Direção do Banco Interamericano para a América Latina e para o Brasil, em Brasília - este Vereador, a Verª Maria Celeste, a Verª Sofia Cavedon e o Ver. Adeli Sell -, onde nós buscávamos informações sobre o Socioambiental. Para surpresa nossa, a Direção do BID nos informa que não foi liberado nenhum centavo ainda para Porto Alegre, porque a Prefeitura está devendo seus projetos, devendo as contratações que têm que ser feitas, os editais que são anunciados e nas audiências que são feitas com os gestores públicos municipais, principalmente com o Sr. Presser e Clóvis Magalhães, anunciam aqui os recursos do Projeto do BID e Caixa Econômica Federal.

Nos próximos dias, a nossa Bancada estará fazendo uma reunião com a Caixa Econômica Federal, também para averiguarmos, principalmente, quando com este grande Projeto do PISA - Programa Integrado Socioambiental, ao qual, esse de saneamento básico, drenagem urbana, que vem para auxiliar no escoamento pluvial da Cidade -,a Cidade fica estarrecida, principalmente por causa das gravações que foram flagradas entre os Secretários Municipais a respeito do possível não destino das verbas públicas para o seu objeto, que é o saneamento básico. Um grande abraço. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, cumprimento V. Exª, todos os Vereadores e Vereadoras, e as pessoas que nos acompanham pela Rádio Web e pelo Canal 16 da TV Câmara. Quando há algum choque de ideias, isso faz parte do ser humano, faz parte da vida cotidiana de todos nós, mas é importante que a paz está reinando. Quero dizer do reconhecimento do Presidente desta Casa e do Ver. Engenheiro Comassetto, que também reconheceu, e tudo está em paz.

Nós temos muitos desafios pela frente nesta Casa, muitos desafios. E este ano eu vejo como um ano de extrema importância para o destino de todos nós, para o destino da nossa população do Rio Grande e do nosso País. Por que digo isso? Porque é um ano eleitoral. Todas as eleições são importantes, mas eu vejo nesta eleição umas das mais importantes. Por quê? A escolha do Presidente da República, o homem que vai governar este País; a escolha dos Governadores dos Estados; dos Deputados Federais; dos Deputados Estaduais e dos Senadores.

Então vejam que nós temos uma grande responsabilidade com o povo. O Parlamento tem uma grande responsabilidade, e o povo não fica fora da responsabilidade de escolher os nossos representantes, porque é a escolha dos nossos representantes dentro dos Parlamentos é que vai decidir o destino de todos nós. O destino do País não se resolve num bar, num salão de beleza, num clube, enfim, ele se resolve dentro dos Parlamentos. É no Parlamento que se resolve o destino do povo do nosso País.

Portanto, nós temos muita responsabilidade, sim. Você, eleitor, e você, eleitora, pensem bem, dialoguem, pensem com muita tranquilidade, não decidam na hora em que vocês estão indo às urnas escolher o seu representante, esse não é o momento. O momento tem que ser antes, tem que ser discutido com pai, mãe, família, amigos e dentro de um segmento da sociedade. Acho que todos nós pensamos assim. Nós, homens e mulheres, que somos pessoas de bem, temos que pensar nesse caminho, porque aí será traçado o destino do povo do nosso País.

A Verª Maria Celeste tocou num assunto de extrema importância. Vejo que, no que se refere a alguns pontos do pronunciamento da Vereadora, o nosso Poder Judiciário, talvez, em alguns momentos, devesse parar e fazer uma reflexão sobre esses crimes bárbaros que estão acontecendo hoje, caros colegas Vereadores e Vereadoras, queridas mulheres que nos assistem. Em grande parte desses crimes, principalmente as mulheres vão duas, três vezes denunciar as ameaças que elas estão sofrendo do seu marido, do seu companheiro, do seu namorado, enfim. Infelizmente, o nosso Poder Judiciário, não sei se não tem estrutura para isso, mas pouca coisa faz em relação a isso. Poderiam ser evitados muitos crimes bárbaros, só que as leis existem, mas, muitas vezes, não são cumpridas.

O Ver. João Antonio Dib diz que nós temos muitas leis neste País, mas que poucas são cumpridas. Então, quando há esse tipo de denúncia, alguém tem que ser responsável por proteger essas mulheres, porque só se dão conta quando elas são assassinadas - e esse foi um assassinato brutal, cruel. A sociedade tem que se dar conta. Foi levantado esse problema pela Verª Maria Celeste.

E mais, no nosso Município de Novo Hamburgo, aquele cidadão - nem sei se dá para chamar de cidadão - que assassinou brutalmente a sua esposa, aquele assassinato brutal - Sanfelice o nome dele -, cumpriu uma parte da pena, foi depois colocado em liberdade condicional ou no semiaberto. Para esse regime semiaberto, eu não sei como é feita a avaliação dessas pessoas, mas agora ele está foragido. Estão no jornal Diário Gaúcho, na primeira página, as pessoas mais procuradas aqui no nosso Estado. Este é o momento de a gente parar um pouco e pensar. É uma vida humana. Depois que acontece, pensa-se no que poderia ser feito, no que não poderia ser feito, enfim.

Quando esse tipo de discussão surge, como surgiu hoje neste plenário, ela leva a momentos de reflexão, de todos nós, da sociedade e principalmente do Poder Judiciário. Meu caro Ver. Reginaldo Pujol, eu não quero criticar o nosso Poder Judiciário, só quero fazer aqui uma observação: estão acontecendo crimes demais, mulheres são assassinadas quase semanalmente; essas mulheres procuram recurso, procuram a Polícia, registram as ameaças, e o que é feito? Nada. Está aí o que está acontecendo. Muito obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Ervino Besson me motiva a falar. No ano passado, havíamos estabelecido que, nas quintas-feiras, nós enfrentaríamos grandes temas, convocando pessoas de fora da Casa para virem abordar esses temas. Hoje um grande tema foi abordado pelos próprios integrantes da Casa, numa demonstração da responsabilidade com que os mandatos são exercidos.

A partir de manifestações do Ver. Tarciso, da Verª Maria Celeste, foram se sucedendo opiniões acerca de um tema que é sempre atual. Obviamente, eu tenho de cumprimentá-lo, Presidente; V. Exª, inclusive, teve que administrar uma situação episódica que aqui surgiu. Felizmente o bom-senso perdurou ao final. Eu cumprimento não só V. Exª como a Liderança do Partido dos Trabalhadores, o Ver. Comassetto, que era o outro polo da discórdia. Afinal, muitas vezes, na busca de se fazer a coisa certa, cometem-se alguns pequenos desvios, situações que, numa Casa como a nossa, onde homens e mulheres estão comprometidos com o interesse público, têm que ser superadas.

Fica esse registro quase às 18h de uma quinta-feira, quando se poderia imaginar que os Vereadores não estivessem aqui presentes. Está aqui conosco essa figura magnífica do Ver. Alceu Brasinha, todo de azul, preparado para o grande feito de domingo.

Presidente, com o maior respeito e com o maior carinho, os meus cumprimentos! Tudo vai bem quando termina bem. A nossa Sessão está terminando bem, em paz e concórdia, e nós estamos com as nossas missões cumpridas. Meus cumprimentos! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h40min.)

 

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